Uma estranha no ninho...

Já falei um pouco sobre quem eu sou e o que eu faço, mas ainda não falei sobre o que me fez escrever esse blog, que é : a experiência feminina na aviação.

Não só no Brasil, mas no mundo inteiro a aviação ainda é um mercado dominado pelos homens. A figura feminina está sempre ligada somente a aeromoça, aquela figura sexy, acessível, que povoa a imaginação masculina.

Como disse em um dos primeiro textos, comecei nesse mercado trabalhando na empresa do meu pai, uma empresa de transporte aéreo regional. Não é segredo para ninguém e eu também já mencionei aqui que no começo eu não ligava muito para nada, logo fazia pouco caso do que as pessoas achavam ou deixavam de achar sobre mim, sobre o meu trabalho e a minha capacidade de estar ali.

Com o passar do tempo, continuo não ligando para o que as pessoas acham, mas ligo muito para o que eu acho e sou muito exigente comigo mesma. Parece mentira, mas muitos ainda duvidam da sua competência baseados no seu sexo.


Em aviação a mulher que quer se destacar, primeiro tem que mostrar que não está ali para desfilar seu rostinho bonito, se dar ao respeito é fundamental. Esqueça centro da cidade, esqueça construção, esqueça estádio de futebol, você nunca vai receber tantas cantadas como em um aeroporto, principalmente se você estiver de uniforme. Posso não ser referência no assunto e felizmente acredito que não sou, mas nunca vi ambiente tão promíscuo quanto aeroporto e avião.


Sempre duvidarem de mim, por ser a "filha do dono",  por ser nova, por ser mulher. Já vão 8 anos de profissão e hoje posso dizer que sem sombra de dúvida: 
- Sou uma profissional respeitada pelo que construí, pelo que estudei, pelas minhas realizações e não por qualquer outro motivo fútil, seja ele qual for.


Espero sinceramente que cada vez mais, possa ser ver mais e mais mulheres neste ramo.